Considerada a maior caverna do mundo, Son Doong abriga rios, florestas tropicais, formações geológicas únicas e até espécies animais nunca vistas antes, revelando um ecossistema isolado e surpreendente a 9 km de profundidade
Imagine uma caverna tão colossal que poderia abrigar um quarteirão inteiro de Nova York, uma floresta tropical e ainda permitir a agem de um Boeing 747 sem tocar nas paredes. Essa é Son Doong, localizada no Vietnã, dentro do Parque Nacional Phong Nha-Ke Bang. Com 38,5 milhões de metros cúbicos de volume, 200 metros de largura e até 170 metros de altura, o local ficou oculto da humanidade por quase 3 milhões de anos e só foi revelado ao mundo em 2009, o host do canal Ruhi Çenet fez uma aventura ao local.
Hoje, Son Doong é um dos destinos mais extremos e limitados do planeta, com o a poucos expedicionários por ano. Descoberta inicialmente por um morador local e mapeada por uma equipe britânico-vietnamita, a caverna se transformou em um verdadeiro laboratório natural, onde a vida se desenvolveu sem influência externa por milênios.
Um universo subterrâneo com floresta, rios e nuvens próprias
Son Doong não é apenas uma caverna; ela é um ecossistema completo. Com um rio subterrâneo caudaloso, duas dolinas (colapsos do teto) que permitem a entrada de luz solar e uma floresta tropical interna, o local abriga mais de 250 espécies únicas de fauna e flora, incluindo peixes transparentes, centopeias cegas, cogumelos raros e até macacos vivendo em meio à vegetação úmida.
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A formação geológica da caverna teve início há 400 milhões de anos, com base em calcário marinho acumulado no fundo de oceanos antigos. A ação de chuvas ácidas e movimentos tectônicos abriu caminho para que a água esculpisse as agens, originando estalagmites de até 80 metros — a mais alta já registrada no mundo.
Nas zonas de entrada de luz, uma floresta densa surgiu, impulsionada pelo solo fértil de guano acumulado por milhões de anos. Árvores finas e altíssimas competem pela luz solar que desce a 252 metros da superfície, criando um microclima digno de um mundo perdido.
Expedição extrema: 6 dias cruzando abismos, lagos e formações únicas
A jornada até Son Doong é tão extraordinária quanto seu interior. Para alcançá-la, os aventureiros caminham por 9 horas na selva vietnamita até alcançar a Caverna En, a terceira maior do mundo, que serve como portal para a gigantesca Son Doong. A travessia completa leva 6 dias e custa em média 3 mil dólares por pessoa, sendo operada exclusivamente pela agência Oxalis.
Durante a travessia, os visitantes enfrentam travessias submersas, paredes de pedra com 80 metros de altura (como a “Grande Muralha do Vietnã”) e agens estreitas cercadas por formações vivas conhecidas como fitocarst — rochas que se movem lentamente em direção à luz, como se estivessem vivas.
O clima interno da caverna é tão peculiar que cria nuvens e névoa própria, provocadas pela diferença de temperatura entre o exterior e o interior. Isso cria um ambiente visualmente surreal, onde a sensação é de caminhar por um planeta alienígena.
Fósseis extintos, pérolas de caverna e mistérios ainda não resolvidos
Além das maravilhas naturais, Son Doong ainda esconde relíquias do ado. Em uma das agens foi encontrado o fóssil de um tetracoral extinto há mais de 300 milhões de anos, identificado como uma antiga criatura marinha com tentáculos. E não para por aí: formações raras como pérolas de caverna, que levam séculos para se formar, também estão presentes — algumas do tamanho de bolas de tênis.
Essas pérolas se desenvolvem a partir de um grão de areia envolto por camadas de minerais, semelhantes às pérolas do mar. Outra surpresa foi o achado de ossos de veado com cerca de 500 anos e marcas de predadores na floresta subterrânea, indicando um ciclo ecológico completo mesmo nas profundezas da Terra.
Apesar das dezenas de estudos, Son Doong ainda guarda segredos. Apenas 30% do maciço calcário da região de Phong Nha foi mapeado até hoje, o que sugere que outras cavernas ou conexões ainda podem ser descobertas.