Falta de recursos ameaça dois dos principais projetos militares do Brasil: o submarino nuclear e o míssil tático de cruzeiro podem ser interrompidos por cortes no orçamento da Defesa.
O submarino nuclear brasileiro e o míssil tático de cruzeiro estão entre os projetos estratégicos ameaçados pela falta de investimentos nas Forças Armadas.
O alerta foi feito ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante reunião com os comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica.
A escassez de recursos pode interromper o avanço de tecnologias de defesa desenvolvidas no Brasil.
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Submarino nuclear brasileiro pode ser paralisado
Considerado o principal projeto da Marinha, o submarino nuclear brasileiro exige investimento contínuo.
O programa inclui construção, testes e treinamento de pessoal qualificado.
O corte no orçamento das Forças Armadas, no entanto, dificulta a continuidade das etapas planejadas.
Com 91% do orçamento de 2025 comprometido com despesas obrigatórias, sobra pouco para iniciativas de pesquisa e defesa estratégica.
A paralisação do projeto afetaria não apenas a capacidade militar do país, mas também a indústria tecnológica nacional envolvida na empreitada.
Corte no orçamento afeta míssil tático de cruzeiro
O míssil tático de cruzeiro é outro desenvolvimento afetado pela falta de previsibilidade orçamentária. Criado em parceria com empresas brasileiras, o armamento possui longo alcance e tecnologia nacional.
A iniciativa é vista como um avanço no fortalecimento da Defesa Nacional.
Sem recursos suficientes, o cronograma pode ser suspenso, prejudicando testes, certificações e produção em escala.
Isso compromete também o ecossistema de inovação do setor, que depende da continuidade de projetos de alta complexidade.
PEC da Previsibilidade como alternativa
Durante a reunião no Palácio do Planalto, os comandantes defenderam a aprovação da PEC da Previsibilidade. A proposta prevê o aumento gradual do orçamento destinado à Defesa Nacional, vinculado ao Produto Interno Bruto (PIB).
A meta é alcançar 2% em oito anos, índice recomendado pela Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte).
A medida garantiria recursos permanentes, mesmo em troca de governo.
O relator escolhido para o texto na Comissão de Constituição e Justiça do Senado foi o senador Randolfe Rodrigues (PT-AP), líder do governo no Congresso.
Investimento em Defesa está abaixo do necessário
Os números apresentados ao presidente Lula mostram que os investimentos atuais estão bem abaixo do necessário.
Só no caso do Exército, o valor embutido no Novo PAC deve atingir R$ 1,43 bilhão, mas o ideal seria R$ 1,95 bilhão.
Nas despesas discricionárias totais, a demanda era de R$ 3,9 bilhões, mas o Congresso aprovou apenas R$ 2,2 bilhões.
A Aeronáutica também sofre com risco de aeronaves ficarem em solo por falta de combustível.
Presidente promete revisar orçamento da Defesa
O presidente Lula demonstrou preocupação com o cenário apresentado. Segundo informações apuradas, ele sinalizou que poderá revisar o orçamento da Defesa no segundo semestre.
A intenção é buscar uma solução para evitar o colapso de projetos estratégicos.
A expectativa agora recai sobre o avanço da PEC da Previsibilidade e a retomada de investimentos em Defesa Nacional.
Caso contrário, o Brasil pode perder anos de pesquisa, desenvolvimento e soberania em áreas críticas como o submarino nuclear brasileiro e o míssil tático de cruzeiro.