Nova tecnologia promete aumentar a produtividade da cana-de-açúcar e dobrar a produção de etanol. Será essa a revolução que o setor de biocombustíveis precisava? Descubra os desafios, benefícios e o impacto dessa inovação no mercado energético.
O que torna a super cana diferente da cana tradicional?
A super cana de Eike Batista surge como uma solução revolucionária para o setor de etanol no Brasil. Sua produtividade supera a da cana-de-açúcar tradicional, despertando o interesse de especialistas e investidores.
Mas essa inovação realmente pode transformar o mercado de biocombustíveis?
O desenvolvimento da super cana teve início há mais de 20 anos, com o objetivo de aumentar a eficiência na produção de etanol e biomassa.
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De acordo com o site Compre Rural, essa variedade pode gerar até três vezes mais etanol por hectare e 10 a 12 vezes mais biomassa em comparação com as variedades convencionais.
Se essa tecnologia atingir seu potencial máximo, a produção nacional de etanol poderá mais do que dobrar. Dessa forma, o Brasil consolidaria ainda mais sua liderança no mercado global de biocombustíveis.
Além disso, sua alta produtividade reduziria a necessidade de expandir áreas de plantio. Como resultado, seria possível preservar biomas importantes, como o Cerrado e a Amazônia.
O impacto da super cana na produção de etanol no Brasil
Atualmente, segundo a consultoria StoneX, a safra 2024/2025 deve gerar cerca de 37,4 bilhões de litros de etanol.
Desse total, 8,33 bilhões de litros vêm do etanol de milho, enquanto o restante se origina da cana-de-açúcar.
Se os produtores substituíssem toda a cana convencional pela super cana, a produção poderia alcançar 74,8 bilhões a 112,2 bilhões de litros por ano.
Com isso, o Brasil se consolidaria como referência global na fabricação de biocombustíveis renováveis.
Além do etanol, a super cana também geraria mais biomassa, o que impulsionaria a produção de energia elétrica limpa, tornando o setor ainda mais sustentável.
No entanto, para que essa tecnologia realmente se torne viável, o setor precisa investir fortemente em infraestrutura, adaptação industrial e aceitação dos produtores.
A super cana pode substituir o etanol de segunda geração?
Apesar do enorme potencial, a super cana enfrenta concorrência no setor. Empresas como a Cosan (CSAN3) analisaram essa tecnologia, mas decidiram investir no etanol de segunda geração (E2G).
O CEO da Cosan, Rubens Ometto, explicou que a empresa viu mais viabilidade no E2G, pois essa alternativa aproveita resíduos da cana-de-açúcar para gerar combustível sem exigir mudanças no plantio.
Enquanto a super cana exige uma nova abordagem agrícola, o E2G melhora a eficiência da produção sem grandes adaptações industriais.
Dessa forma, muitas empresas consideram o E2G uma opção mais viável.
Diante desse cenário, o mercado se pergunta: qual das duas inovações atenderá melhor à crescente demanda por energia limpa no Brasil?
Desafios para a adoção da super cana no setor energético
A super cana apresenta um enorme potencial.
No entanto, para que essa inovação seja amplamente adotada, alguns desafios precisam ser superados:
- Investimentos na produção em larga escala
- Adaptação da indústria para processar a nova variedade
- Aceitação do setor sucroalcooleiro
- Avaliação de impacto ambiental e sustentabilidade
Por outro lado, o Brasil já aposta no etanol de segunda geração, que utiliza resíduos da cana-de-açúcar para elevar a eficiência da produção sem ampliar a área plantada.
Dessa maneira, a decisão entre investir na super cana ou no E2G dependerá de fatores econômicos, políticos e ambientais nos próximos anos.