Descoberta com cristal especial permite mover calor em alta velocidade, abrindo caminho para celulares, carros elétricos e computadores mais eficientes e frios.
O superaquecimento é um problema sério nos dispositivos eletrônicos. Agora imagine celulares que nunca esquentam, computadores que usam menos energia e carros elétricos que carregam mais rápido. Uma nova descoberta pode transformar isso em realidade.
Pesquisadores da Universidade da Virgínia anunciaram um avanço na forma como o calor é transferido em materiais, e o estudo foi publicado na revista Nature Materials.
A origem do problema
Todo equipamento eletrônico enfrenta o mesmo desafio: o calor.
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À medida que funcionam, os dispositivos geram calor, e se ele não for dissipado corretamente, o desempenho cai.
Em casos mais graves, podem até parar de funcionar. Hoje, sistemas de resfriamento dependem de dissipadores de metal, ventoinhas ou líquidos, o que consome espaço e energia.
Patrick Hopkins, professor de engenharia mecânica e aeroespacial na Universidade da Virgínia, afirma que esse problema está sendo repensado. “Em vez de deixar o calor escapar lentamente, estamos direcionando ele”, explicou o pesquisador.
A nova tecnologia
A equipe da universidade usou um cristal especial chamado nitreto de boro hexagonal (hBN).
Esse material permite transferir calor de maneira totalmente diferente do que acontece nos dispositivos atuais. Normalmente, o calor se move em forma de vibrações chamadas fônons. Elas são lentas e perdem energia ao longo do caminho.
No novo método, os cientistas utilizaram algo chamado hiperbólicos fônon-polaritons (HPhPs), que são ondas especiais capazes de carregar calor em altíssima velocidade. Em vez de se espalhar como ondas na água, o calor segue como um trem rápido, focado e eficiente.
Will Hutchins, doutorando na mesma universidade e primeiro autor do estudo, explica: “Estamos vendo o calor se mover de formas que antes não pareciam possíveis em sólidos. É um jeito completamente novo de controlar temperatura em escala nanométrica.”
Como eles fizeram isso
O experimento foi feito com uma pequena placa de ouro colocada sobre o hBN. Quando essa estrutura foi aquecida, o calor não se espalhou devagar, como esperado.
Em vez disso, ativou as propriedades especiais do material e se transformou em ondas rápidas que transportaram o calor quase instantaneamente para longe da fonte.
Essa descoberta mostra que é possível controlar a temperatura de forma mais rápida e eficiente do que qualquer tecnologia atual. “É incrivelmente rápido”, reforça Hutchins.
Se for aplicada em larga escala, essa tecnologia pode mudar toda a indústria de eletrônicos. Entre os impactos possíveis, os pesquisadores apontam celulares e laptops mais rápidos, que não esquentam e consomem menos bateria.
Carros elétricos também podem se beneficiar, com baterias que permanecem frias, carregam mais rápido e duram mais.
Em centros de dados e sistemas de inteligência artificial, o avanço pode permitir mais processamento usando menos energia. E na área médica, implantes e equipamentos de imagem podem se tornar mais duráveis e precisos.
Hopkins resume a importância da descoberta: “Isso pode mudar tudo, desde processadores até espaçonaves.”
A pesquisa ainda está em fase inicial, mas o potencial é grande. Com essa nova abordagem, o futuro de dispositivos mais frios, rápidos e eficientes parece cada vez mais próximo.