Com presença em cinco estados, a TBG quer facilitar a conexão de pequenos produtores ao sistema nacional de transporte de gás natural, impulsionando o uso do biometano a partir de 2026.
A TBG (Transportadora Brasileira Gasoduto Bolívia-Brasil) anunciou o desenvolvimento de um projeto inovador para conectar pequenos e médios produtores de biometano à sua extensa malha de transporte de gás natural.
A iniciativa, batizada de “Hub de Biometano”, visa ampliar o o à infraestrutura de escoamento de gás, contribuindo diretamente para a diversificação da matriz energética brasileira e preparando o setor para as exigências da Lei do Combustível do Futuro, que determina a obrigatoriedade da mistura do biometano ao gás natural a partir de 2026.
Solução modular visa conectar produção regional à rede nacional
O projeto da TBG foi desenhado para ser modular, ou seja, pode ser implementado em etapas, com capacidade variável conforme a demanda local.
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A ideia é permitir que produtores de menor porte, que hoje não possuem escala suficiente para se integrar à malha de gás natural, tenham o à infraestrutura por meio de pontos de coleta estratégicos.
Além das conexões físicas via dutos, o modelo prevê o uso de transporte rodoviário com caminhões de GNC (Gás Natural Comprimido) e GNL (Gás Natural Liquefeito), o que amplia ainda mais a área de cobertura da TBG.
“O Hub de Biometano da TBG é de suma importância tanto para a transição energética quanto para a adição de uma fonte adicional de suprimento. Além disso, temos a vantagem competitiva da nossa localização geográfica privilegiada devido à concentração da produção agrícola na região Centro-Sul do país. Estamos preparados para atender em qualquer ponto da nossa malha de gasoduto. O Sistema de Transporte é essencial para escoar a produção e conferir escala ao mercado”, afirmou Jorge Hijjar, diretor comercial da companhia.
Forte adesão de interessados e potencial de produção elevado
Desde que o projeto foi anunciado, a TBG já registrou o interesse de diversos agentes que desejam participar da Chamada Pública para Aquisição de Biometano, organizada pela Petrobras.
Usinas com capacidade de produção foram mapeadas ao longo de toda a extensão do gasoduto, especialmente nos estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul, onde há grande concentração de atividades agrícolas e de resíduos orgânicos, matéria-prima essencial para a produção de biometano.
Estima-se que o volume total de produção identificado até o momento possa atingir até 3 milhões de metros cúbicos por dia, representando uma contribuição significativa para o suprimento nacional de gás.
Alinhamento com políticas públicas e impacto no mercado consumidor
A proposta da TBG está em consonância com os objetivos do Plano Nacional Integrado das Infraestruturas de Gás Natural e Biometano, atualmente em fase de consulta pública pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE).
O plano federal busca identificar gargalos e promover investimentos em infraestrutura energética, especialmente para fontes renováveis como o biometano.
Ao conectar os produtores à malha de transporte, a TBG amplia o alcance comercial desse biocombustível, facilitando seu uso em setores como o industrial, de transporte e até mesmo no abastecimento veicular.
Por ser compatível com o gás natural, o biometano pode ser utilizado nas mesmas aplicações sem necessidade de adaptação.
Fonte: Poder360