A empresa vê suas vendas despencarem em mercados-chave, enquanto concorrentes como a BYD avançam com inovações e preços mais competitivos
A Tesla, sob a direção de Elon Musk, está ando por um momento difícil, com vendas em queda acentuada e uma concorrência crescente que ameaça seu domínio no mercado de veículos elétricos.
A empresa viu suas vendas na Califórnia, seu principal mercado nos EUA, despencarem 31% em janeiro em comparação ao ano anterior.
A situação é ainda mais alarmante na Europa, onde as vendas caíram 43% nos dois primeiros meses do ano, e na China, as vendas caíram 29% até fevereiro.
-
Com cara de sedã executivo e pegada esportiva, esse modelo japonês 2026 é um achado na faixa dos R$ 150 mil
-
Novo sedã da Chevrolet custa menos de R$ 100 mil e faz até 14,7 km/L com gasolina em ciclo urbano, segundo dados da fabricante
-
O novo investimento bilionário da Volkswagen no Brasil,que focará em híbridos flex, elétricos e lançará 16 novos veículos
-
10 carros brasileiros com problemas crônicos que quase ninguém sabe resolver
Essas quedas de vendas se refletem na desvalorização das ações da Tesla, que acumulam uma queda de 34% em 2024.
Concorrência crescente no mercado de veículos elétricos
O cenário se torna ainda mais complicado com o crescimento de concorrentes, como a fabricante chinesa BYD, que superou a Tesla em receita em 2024.
A BYD está em uma trajetória para se tornar a líder global em vendas de veículos elétricos, enquanto a Tesla enfrenta uma marca que se torna cada vez mais tóxica na Califórnia.
A concorrência não se limita apenas à BYD; outras empresas chinesas, como XPeng, NIO, Geely e CATL também estão estabelecendo presença significativa no mercado.
Essas montadoras não só têm preços mais competitivos, mas também estão investindo pesadamente em pesquisa e desenvolvimento, resultando em inovações tecnológicas que estão rapidamente superando a Tesla.
Por exemplo, a BYD lançou recentemente um novo sistema de carregamento que reduz o tempo de recarga para apenas cinco minutos, em comparação com os Superchargers da Tesla, que levam cerca de 20 a 30 minutos para uma carga completa.
Problemas na China e impacto na lucratividade
A Tesla inaugurou sua fábrica em Xangai em 2019, marcando um ponto de virada para a empresa, mas a desaceleração do mercado chinês ameaça suas margens de lucro.
A BYD não apenas vende mais veículos elétricos, mas também oferece preços significativamente mais baixos.
Por exemplo, enquanto o Model Y da Tesla começa a US$ 34.500 (R$ 196.650), a BYD oferece modelos como o Seagull a partir de US$ 10.000 (R$ 57.000) e o Yuan Plus a US$ 16.000 (R$ 91.200). Esse abismo de preço está ajudando a BYD a expandir suas vendas globais, incluindo na América Latina, Austrália e Europa.
Além disso, a BYD está aprimorando sua tecnologia de direção autônoma com o sistema “God’s Eye”, que está ganhando destaque por suas capacidades avançadas.
Esse sistema rivaliza diretamente com o Full Self-Driving da Tesla, que, apesar do nome, ainda requer supervisão humana. O novo sistema da BYD oferece três versões, sendo a mais avançada equipada com tecnologia LiDAR, que a Tesla ainda não implementou.
Desafios internos e queda nas vendas nos EUA
A Tesla não enfrenta apenas competição externa; a situação em seu próprio país também é preocupante. Apesar de um aumento de 14% nas vendas gerais de veículos elétricos nos EUA em janeiro, as vendas da Tesla caíram 11%, em grande parte devido à queda dramática na Califórnia.
Enquanto concorrentes como Hyundai, Kia e General Motors viram um aumento médio de 24% nas vendas de elétricos, a Tesla amarga uma queda de 31%.
A falta de novos produtos atraentes é outro ponto crítico para a Tesla.
O lançamento da Cybertruck foi considerado um fracasso, vendendo apenas 40.000 unidades no ano ado, muito abaixo da meta de Musk.
O veículo tem enfrentado problemas de qualidade, com oito recalls, incluindo um recente para corrigir problemas com painéis de aço inoxidável.
Além disso, a Tesla anunciou que o Model 3 e o Model Y também estão programados para atualizações significativas, mas muitos consumidores estão se perguntando se essas mudanças serão suficientes para recuperar a confiança no produto.
A influência de Elon Musk e as críticas crescentes
A figura de Elon Musk tem se tornado um ponto de controvérsia. Seu estilo de gerenciamento, que inclui decisões rápidas e, às vezes, impopulares, está levantando questões sobre a sustentação da Tesla.
Enquanto Musk continua a liderar várias outras empresas, como SpaceX e Neuralink, sua atenção dividida pode estar afetando a capacidade da Tesla de inovar e responder rapidamente às demandas do mercado.
Recentemente, protestos contra Musk e a Tesla têm surgido em várias lojas, refletindo uma crescente insatisfação do consumidor.
Além disso, a empresa enfrenta desafios relacionados à sua reputação, com a marca Tesla perdendo prestígio entre os consumidores que uma vez a apoiaram fervorosamente.
A percepção de que a Tesla está se tornando obsoleta em comparação com seus concorrentes mais ágeis e inovadores está começando a se cristalizar na mente do consumidor.
O futuro da Tesla sob pressão
O futuro da Tesla parece incerto sob a gestão de Elon Musk. Com uma crescente rejeição entre consumidores e investidores e a pressão das montadoras concorrentes, a empresa poderá enfrentar mais dificuldades nos próximos meses.
A estratégia de Musk, que inclui cortes de custos e foco em projetos como o DOGE, pode não ser suficiente para reverter a situação atual da Tesla.
À medida que a competição se intensifica e as vendas continuam a cair, a Tesla e Elon Musk precisam urgentemente de uma nova abordagem para recuperar sua posição de liderança no mercado de veículos elétricos.
A inovação contínua e a adaptação às necessidades dos consumidores serão cruciais para que a Tesla não apenas sobreviva, mas também prospere em um futuro que promete ser cada vez mais desafiador.
FONTE: FORBES