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Trabalhadores brasileiros não querem mais a CLT! Informalidade ‘rouba’ trabalhadores com carteira assinada e escancara falta de mão de obra qualificada no Brasil

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 01/04/2025 às 18:59
A informalidade cresce no Brasil: cada vez mais trabalhadores abandonam a CLT em busca de liberdade e autonomia. Entenda essa transformação!
A informalidade cresce no Brasil: cada vez mais trabalhadores abandonam a CLT em busca de liberdade e autonomia. Entenda essa transformação!

A informalidade no Brasil está dominando o mercado de trabalho! Milhões de trabalhadores estão largando a CLT em busca de autonomia e flexibilidade.

Nos últimos anos, uma mudança significativa tem ocorrido no mercado de trabalho brasileiro: a informalidade, que antes era vista como uma necessidade em tempos de crise, agora tem se tornado uma escolha.

Com a baixa taxa de desemprego e o crescimento econômico, muitos brasileiros estão abandonando a segurança da carteira assinada em busca de maior flexibilidade e autonomia no trabalho.

Esse movimento tem gerado consequências importantes, como a escassez de mão de obra qualificada para preencher as vagas formais no Brasil.

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O que mudou na informalidade?

Em tempos de crise, os brasileiros recorriam ao trabalho informal como uma alternativa para garantir algum sustento.

Porém, com o aumento da formalização do mercado de trabalho, a situação mudou.

A informalidade agora é uma opção cada vez mais atrativa para muitos profissionais, especialmente com o avanço da tecnologia e a popularização dos aplicativos de transporte e entregas.

Esses serviços oferecem horários flexíveis e a possibilidade de ganhos superiores ao que seria possível em empregos formais.

De acordo com Rodolpho Tobler, economista do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getulio Vargas (FGV), no ado, a informalidade estava diretamente associada à falta de oportunidades e à necessidade urgente de trabalhar.

Hoje, porém, ela se tornou uma escolha consciente de muitos trabalhadores que preferem mais flexibilidade no seu dia a dia.

A história de um ex-trabalhador formal

Um exemplo clássico desse movimento é a história de Rocha, que, após 17 anos de trabalho em uma indústria farmacêutica, decidiu abandonar a carteira assinada e se tornar motorista de aplicativo.

Em entrevista ao jornal Estadão, ele revelou que trocou benefícios como plano de saúde, participação nos lucros e um carro da empresa por autonomia na sua rotina diária.

Rocha, que também cursa Direito, revela que, ao receber uma oferta para voltar à indústria, recusou.

Apesar de a proposta incluir um aumento de 15% em sua renda, ele considerou que a liberdade proporcionada pelo trabalho informal, como a flexibilidade de horários, é mais importante do que um salário mais alto.

Ele afirma: “Se me pagassem algo em torno de R$ 20 mil a R$ 30 mil, aí eu voltaria para a carteira assinada. Mas, por enquanto, prefiro trabalhar no meu ritmo e ter mais tempo com minha família.”

A transformação na relação entre salário e flexibilidade

Este é apenas um exemplo, mas ele reflete uma mudança no comportamento de muitos trabalhadores brasileiros.

A diferença de salários entre os trabalhadores formais e informais tem diminuído nos últimos anos, o que faz com que a informalidade seja ainda mais atrativa.

A redução na disparidade salarial é um fator determinante para muitos que buscam o trabalho autônomo, onde a remuneração pode ser ajustada conforme a dedicação e a demanda do mercado.

O impacto da educação na informalidade

Um estudo conduzido por Tobler, da FGV, com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), mostrou que o nível de escolaridade dos trabalhadores informais tem aumentado ao longo dos anos.

Se antes a informalidade estava associada a trabalhadores com baixa escolaridade, agora esse cenário está mudando.

Em 2012, apenas 34% dos trabalhadores sem carteira assinada possuíam ensino médio completo ou superior.

Já em 2024, esse número subiu para 54%.

No mercado formal, o crescimento da educação também é perceptível, mas de forma mais lenta.

Entre 2012 e 2024, o número de trabalhadores formais com ensino médio completo ou superior cresceu 15 pontos percentuais, atingindo 76%.

Contudo, o aumento na qualificação entre os informais tem sido mais acelerado, mostrando que, hoje, muitos trabalhadores bem qualificados optam por trabalhar por conta própria, uma tendência que se reflete em vários setores da economia.

A escassez de mão de obra qualificada

Essa mudança na composição do mercado de trabalho tem gerado consequências, principalmente na escassez de mão de obra qualificada.

Setores como a construção civil, supermercados e outros serviços essenciais estão enfrentando dificuldades para preencher vagas devido à rotatividade e à busca por empregos informais.

A alta taxa de informalidade tem permitido que trabalhadores migrem facilmente entre diferentes ocupações, o que acaba gerando falta de profissionais especializados em diversas áreas.

Segundo o economista Bruno Imaizumi, da consultoria LCA 4intelligence, a informalidade pode ser vista como uma das causas dessa escassez de mão de obra.

O movimento de migração entre os diferentes tipos de ocupação, impulsionado pela flexibilidade oferecida pelos empregos informais, gera uma rotatividade que prejudica a formação de uma força de trabalho estável e qualificada em certos setores.

Riscos de optar pela informalidade

Embora o trabalho informal tenha suas vantagens, especialmente no que diz respeito à flexibilidade, ele também apresenta riscos consideráveis para o trabalhador no longo prazo.

A ausência de uma aposentadoria e a falta de benefícios como plano de saúde e seguro-desemprego são alguns dos principais problemas enfrentados por quem não contribui como Microempreendedor Individual (MEI) ou autônomo.

Além disso, os empregos formais oferecem maior segurança em tempos de crise, com estabilidade e uma renda mais previsível.

Profissionais informais têm que lidar com uma volatilidade maior em suas receitas, o que pode ser um fator de risco em momentos de instabilidade econômica.

A informalidade no Brasil: dados e estatísticas

De acordo com dados do IBGE, em dezembro de 2024, cerca de 38,6% dos trabalhadores no Brasil estavam na informalidade.

Em sete das 27 capitais brasileiras, mais da metade dos trabalhadores estavam em empregos informais. Esse panorama revela a persistência desse fenômeno, apesar dos avanços no mercado de trabalho formal.

Se por um lado a informalidade oferece mais liberdade, por outro lado, ela expõe os trabalhadores a uma vulnerabilidade maior, especialmente em relação à aposentadoria e à proteção social.

A evolução da informalidade no Brasil

É importante destacar que a informalidade não é uma característica exclusiva do Brasil.

Em muitos países em desenvolvimento, a informalidade é uma alternativa comum para os trabalhadores que buscam maiores oportunidades de emprego.

No entanto, no Brasil, a informalidade tem crescido de forma acelerada nos últimos anos, especialmente em função dos avanços tecnológicos que permitem que pessoas criem suas próprias fontes de renda com maior facilidade.

A importância da regulamentação

Embora o trabalho informal tenha seu lugar no mercado de trabalho brasileiro, a regulamentação e a criação de políticas públicas que incentivem a formalização podem ser soluções para reduzir os riscos para os trabalhadores e aumentar a arrecadação de impostos para o governo.

A criação de um ambiente mais seguro para os trabalhadores informais poderia equilibrar a flexibilidade da informalidade com os benefícios do trabalho formal, criando um mercado de trabalho mais estável e com menos desigualdades.

O futuro do mercado de trabalho no Brasil

O futuro do mercado de trabalho no Brasil parece indicar que a informalidade continuará sendo uma opção viável e atrativa para muitos trabalhadores, especialmente com o avanço da economia digital e a crescente presença de plataformas de trabalho.

A tendência é que os brasileiros continuem a buscar maior autonomia no trabalho, equilibrando as vantagens da informalidade com a necessidade de uma renda estável.

Você já pensou em deixar a carteira assinada em busca de mais liberdade e flexibilidade? Quais são os prós e contras dessa escolha na sua opinião? Compartilhe suas ideias nos comentários!

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Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa, agens por canais de TV aberta e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Registro profissional: 0087134/SP. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: [email protected]. Não aceitamos currículos!

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