Vida em alto-mar vai além do bom salário: profissionais do setor offshore revelam desafios e curiosidades da rotina ao trabalhar embarcado em plataformas e embarcações de petróleo.
No Brasil, milhares de profissionais vivem uma rotina bem diferente da maioria: trabalham embarcados em plataformas de petróleo e outras estruturas offshore, muitas vezes localizadas a quilômetros da costa. Esses trabalhadores chegam ao “emprego” de helicóptero, enfrentam jornadas longas, mas também contam com duas semanas de folga a cada 14 dias trabalhados. As redes sociais têm sido uma das principais formas de divulgar os bastidores dessa rotina, despertando a curiosidade de quem sonha em trabalhar no setor ou apenas quer entender melhor como é a vida em alto-mar.
O que significa trabalhar embarcado?
Trabalhar embarcado é atuar em alto-mar, longe da costa, geralmente em plataformas de petróleo, navios ou sondas. É um modelo comum no setor offshore, que oferece regimes de trabalho como o 14×14 — 14 dias embarcado e 14 dias de folga — um dos grandes atrativos para quem busca qualidade de vida e tempo livre.
Apesar disso, o dia a dia não é tão simples. A jornada costuma ser puxada, com turnos de 12 horas por dia, inclusive aos finais de semana e feriados. Profissionais como Raisa Pedroso, enfermeira offshore que compartilha sua rotina nas redes sociais, mostram como é difícil abrir mão de datas comemorativas com a família, mas também revelam que o esforço é recompensado.
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Salários atrativos e adicionais
Além da folga prolongada, outro fator que chama atenção é o salário. De acordo com dados da empresa Seagems, especializada em engenharia submarina, os adicionais sobre o salário base podem chegar a 140,5%, sem contar dobras, folgas indenizadas e horas extras.
Essa remuneração elevada se justifica pelas condições desafiadoras de trabalho, o isolamento e o nível de qualificação exigido para atuar no setor.
Profissões embarcadas vão além do setor técnico
Engana-se quem pensa que apenas engenheiros ou técnicos em petróleo podem trabalhar embarcados. O setor offshore oferece vagas para diversas áreas, incluindo:
- Enfermeiros
- Cozinheiros
- Técnicos de segurança do trabalho
- Bombeiros civis
- Eletricistas
- Mergulhadores
- Profissionais de limpeza
- Cinegrafistas
- Professores de idiomas
Ou seja, há oportunidades para muitos perfis profissionais, inclusive para quem está em busca de uma primeira chance no setor, desde que esteja qualificado e tenha os cursos exigidos.
Conforto a bordo: como é viver em uma plataforma offshore?
A estrutura das plataformas e embarcações foi modernizada ao longo dos anos. Hoje, muitos desses locais são descritos como “hotéis flutuantes”. Os trabalhadores contam com dormitórios confortáveis, alimentação de alto nível preparada por chefs, e espaços de lazer como:
- Academias
- Salas de TV e jogos
- Áreas externas com vista para o mar
Além disso, há confraternizações, churrascos e até eventos festivos em datas comemorativas, como forma de compensar o tempo longe da família.
Segurança é prioridade: treinamentos obrigatórios
Para embarcar, não basta querer. Todos os profissionais am por treinamentos obrigatórios de segurança, incluindo:
- Sobrevivência no mar
- Combate a incêndio
- Primeiros socorros
- Operações com simuladores
Esses cursos são exigência legal e muitas vezes validados por certificações nacionais e internacionais. O objetivo é garantir que todos os trabalhadores estejam aptos a enfrentar situações de risco e lidar com emergências.
Conexão com a família e e psicológico
Apesar do isolamento geográfico, as plataformas oferecem conexão de internet e telefonia, permitindo que os profissionais mantenham contato frequente com suas famílias.
Além disso, muitas empresas offshore oferecem apoio psicológico remoto, justamente para auxiliar os colaboradores a lidar com a distância e com os desafios emocionais do trabalho embarcado.
Transporte por helicóptero: rotina comum
Um dos momentos mais curiosos da vida embarcada é o transporte até a plataforma: em vez de trânsito, os trabalhadores pegam o helicóptero. É assim que eles chegam ao trabalho, muitas vezes partindo de cidades como Macaé (RJ) ou Vitória (ES).
A enfermeira Raisa Pedroso compartilhou em seu TikTok vídeos mostrando como é a experiência de voar até a plataforma. Para muitos, é uma das partes mais emocionantes da jornada.
Vale a pena trabalhar embarcado?
Trabalhar embarcado é uma escolha que une desafios e recompensas. A rotina intensa, o tempo longe da família e o ambiente isolado são compensados por folgas prolongadas, bons salários e uma estrutura cada vez mais humanizada.
O setor offshore continua aquecido, com múltiplas oportunidades de emprego para quem busca se qualificar, especialmente nas áreas de petróleo, gás e energia. Com o avanço da exploração em águas profundas no Brasil, a tendência é de expansão contínua da demanda por profissionais.
Se você sonha em entrar para esse universo, o primeiro o é buscar cursos especializados e entender as certificações exigidas. O mar está cheio de oportunidades — basta estar preparado para navegar.