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Transpetro surpreende e contrata nove navios Suezmax, estimulando a indústria naval da Coreia do Sul

Escrito por Roberta Souza
Publicado em 20/03/2025 às 18:14
transpetro - navios - indústria naval -
foto/reprodução: Transpetro

Decisão gera frustração entre estaleiros brasileiros que esperavam a construção local das embarcações, prometendo modernização e eficiência

A Transpetro, subsidiária da Petrobras, anunciou a contratação de nove navios de posicionamento dinâmico da classe Suezmax DP2, o que terá um impacto significativo na indústria naval da Coreia do Sul. Essa decisão, porém, gerou frustração entre os estaleiros brasileiros, que esperavam a construção dessas embarcações em território nacional, especialmente após promessas feitas pelo presidente Lula para reaquecer o setor.

Detalhes da contratação dos navios

Os novos navios, que dobrarão a capacidade de alívio das plataformas do Sistema Petrobras de 700 mil toneladas de porte bruto (TPB) para 1,35 milhão de TPB até 2028, foram adquiridos por meio de uma consulta internacional ao mercado realizada pela TIBV, a subsidiária holandesa da Transpetro.

A concorrência contou com 22 competidores, sendo o grupo Tsakos o vencedor.

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Cada embarcação terá 150 mil toneladas de porte bruto e será construída no estaleiro Samsung, na Coreia do Sul.

 O valor do contrato é estimado em US$ 2 bilhões para os nove navios, com um esquema de afretamento a casco nu que se estende por 15 anos.

Inovações e benefícios dos novos navios

Os navios Suezmax da classe DP2 são parte de uma nova geração de embarcações que apresentam maior eficiência energética e menores emissões de gases de efeito estufa.

De acordo com a Transpetro, as novas embarcações incluirão motores de baixa emissão de NOx (Tier III), um sistema de carregamento pela proa (BLS), preparação para combustíveis alternativos como metanol e etanol, além de conexão à energia em terra em terminais eletrificados.

Esses avanços tecnológicos podem reduzir as emissões de gases poluentes em até 30%, alinhando-se com as diretrizes da Organização Marítima Internacional (IMO) e reforçando o compromisso da Transpetro com a descarbonização de suas operações.

Frustração na indústria naval brasileira

A escolha da Transpetro em optar por estaleiros na Coreia do Sul deixou os estaleiros brasileiros decepcionados. O presidente da Transpetro, Sergio Bacci, um ex-diretor do Sinaval, conhecedor das dificuldades do setor, não fez o anúncio das contratações.

Em vez disso, foi o diretor de Transporte Marítimo, Jones Soares, quem compartilhou a notícia.

A falta de oportunidades para os estaleiros brasileiros em projetos dessa magnitude levanta questões sobre o desenvolvimento da indústria naval nacional e a capacidade de modernização dos estaleiros locais.

Historicamente, a indústria naval brasileira já foi um setor robusto, com estaleiros ativos e uma força de trabalho qualificada.

No entanto, a crise econômica e as dificuldades enfrentadas nos últimos anos resultaram na redução de investimentos e na perda de competitividade em comparação com estaleiros de outros países, como os da Coreia do Sul e da China.

A decisão da Transpetro de construir os novos navios no exterior pode ser vista como um reflexo da necessidade urgente de revitalização da indústria naval brasileira.

Outros investimentos da Transpetro

Apesar da contratação dos navios na Coreia do Sul, a Transpetro tem demonstrado um compromisso com a ampliação de sua capacidade logística.

Em fevereiro de 2023, a empresa assinou um contrato para a aquisição de quatro navios da classe Handy, a serem construídos no Brasil pelos estaleiros Rio Grande (RS) e Mac Laren (RJ).

Essa iniciativa, juntamente com a recente licitação pública internacional lançada para a aquisição de oito navios gaseiros com capacidades variando de 7 mil a 14 mil metros cúbicos, demonstra uma tentativa de equilibrar a necessidade de modernização com o apoio à indústria local.

Além disso, a Transpetro anunciou planos para aumentar em 25% sua capacidade logística de cabotagem até 2030.

Essa meta ambiciosa reflete a intenção de expandir a capacidade de transporte de produtos e insumos, contribuindo para o crescimento do setor de petróleo e gás no Brasil.

O futuro da indústria naval brasileira com a Transpetro

A decisão da Transpetro de construir nove navios na Coreia do Sul levanta questões sobre o futuro da indústria naval brasileira.

Para que o Brasil possa competir em nível global, é essencial que haja investimentos em modernização e capacitação dos estaleiros locais.

Enquanto a Marinha do Brasil colhe benefícios de parcerias internacionais, como a aquisição de submarinos e fragatas da França e da Alemanha, a Transpetro poderia também explorar oportunidades de aprendizado e desenvolvimento com a indústria naval nacional.

Um possível caminho para revitalizar a indústria naval local seria a implementação de políticas de incentivo à construção naval no Brasil, incluindo subsídios, financiamento e parcerias público-privadas.

Essas medidas poderiam ajudar a recuperar a competitividade dos estaleiros brasileiros e a criar um ambiente propício para a inovação e a modernização do setor.

Desafios e oportunidades para a indústria naval

A contratação de nove navios Suezmax pela Transpetro representa um o importante para a modernização de sua frota, mas ao mesmo tempo evidencia a necessidade de revitalização da indústria naval brasileira.

A escolha de construir essas embarcações na Coreia do Sul gera frustração e destaca a importância de um diálogo entre a Transpetro, o governo e os estaleiros nacionais para promover o crescimento e a inovação no setor.

O futuro da indústria naval no Brasil depende de estratégias que incentivem a construção local e a capacitação dos trabalhadores, assegurando um desenvolvimento sustentável e competitivo.

O dilema enfrentado pela Transpetro reflete um desafio mais amplo que a indústria brasileira precisa enfrentar: como equilibrar a modernização e a eficiência operacional com o fortalecimento da base industrial nacional.

Somente por meio de um planejamento estratégico e de uma colaboração efetiva entre todos os envolvidos será possível garantir um futuro próspero e sustentável para a indústria naval do Brasil.

FONTE: PETRONOTÍCIAS

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Paulo
Paulo
22/03/2025 00:15

Talvez essa decisão da TRANSPETRO precise do AVAL do PRESIDENTE LULA,

se for dessa forma SEM ESTÍMULO ao nosso SETOR NAVAL,

NÃO terá o AVAL do PRESIDENTE LULA

Egberto Ribeiro de Oliveira
Egberto Ribeiro de Oliveira
Em resposta a  Paulo
22/03/2025 17:51

Boa tarde, são essas noticias que deixar o brasileiro desapontado. Atualmente, os estaleiros no Brasil, estão ociosos. Aqui na bahia, precisamente, na cidade de maragogipe, o estaleiro está entregue as moscas. Um grande dɛ desempregados vive a expectativa de reabertura dessa estaleiro. Um absurdo essa decisão. Se fosse outro governo, já estariam reclamando em todo o brasil. Faz o L

Alberto os
Alberto os
Em resposta a  Paulo
24/03/2025 17:22

Esse Lula é um fanfarrão. Ninguem mais acredita em uma palavra que esse descondenado diz.

Roberta Souza

Engenheira de Petróleo, pós-graduada em Comissionamento de Unidades Industriais, especialista em Corrosão Industrial. Entre em contato para sugestão de pauta, divulgação de vagas de emprego ou proposta de publicidade em nosso portal. Não recebemos currículos

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