O túnel Santos-Guarujá finalmente saiu do papel! Após cem anos de promessas, a obra que promete facilitar a travessia entre as duas cidades do litoral paulista começa a se tornar realidade. O presidente Lula (PT) e o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) anunciaram o lançamento do edital para a escolha da empresa que será responsável pela construção e operação do túnel submerso.
Com um investimento de quase R$ 6 bilhões, o túnel Santos-Guarujá será a maior do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e terá um impacto significativo na mobilidade urbana e na logística do Porto de Santos. Confira todos os detalhes do projeto, desde o custo até a previsão de entrega!
O lançamento do edital e a parceria entre governo federal e estadual
O edital para o túnel Santos-Guarujá foi lançado oficialmente no dia 27 de junho, com a presença do presidente Lula e do governador Tarcísio de Freitas. A parceria entre o governo federal e o estado de São Paulo foi essencial para viabilizar o projeto, já que os custos serão divididos entre os dois entes.
A licitação será feita por meio de um leilão em 1º de agosto, no qual a empresa vencedora ficará responsável tanto pela construção quanto pela operação do túnel por 30 anos. O critério para escolha será a proposta que oferecer o maior desconto sobre a contraprestação pública estimada em R$ 270 milhões anuais.
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Como será o túnel Santos-Guarujá?
A estrutura do túnel Santos-Guarujá terá um total de 1,5 km de extensão, conectando o bairro Macuco, em Santos, à região de Vicente de Carvalho, no Guarujá. A parte submersa será de 870 metros, ando por baixo do canal do Porto de Santos sem interromper o tráfego de embarcações.
O túnel terá três faixas de rolamento por sentido, permitindo a agem de carros, motos, caminhões e ônibus, além de contar com uma ciclovia para pedestres e ciclistas. Uma das faixas será adaptável para a futura implementação do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), ampliando ainda mais as opções de transporte na região.
A construção será feita com seis módulos pré-moldados de concreto armado, que serão fabricados em uma doca seca e transportados até o local da instalação. Esses módulos serão imersos e encaixados com precisão, garantindo a segurança e durabilidade da estrutura.
Custos e previsão de entrega
O túnel Santos-Guarujá terá um custo total de R$ 5,96 bilhões, sendo que R$ 5,13 bilhões virão de investimentos públicos divididos entre o governo federal e o estado de São Paulo. A concessionária responsável pela obra arcará com o restante dos valores.
Além do investimento inicial, o poder público pagará uma contraprestação de R$ 270 milhões por ano à empresa que vencer o leilão. Esse pagamento será feito após a conclusão da obra, garantindo que a concessionária tenha recursos para operar e manter a infraestrutura.
A previsão é que a construção tenha início em 2025, logo após a do contrato. A obra deve levar cerca de três anos para ser concluída, o que indica que o túnel pode ser inaugurado em 2029.
Cobrança de pedágio e isenções
Assim como acontece em outras rodovias concedidas à iniciativa privada, a travessia pelo túnel Santos-Guarujá terá cobrança de pedágio para veículos. Em 2024, a tarifa foi estimada em R$ 6,15 por travessia, mas esse valor poderá aumentar conforme a inflação e os reajustes anuais previstos no contrato de concessão.
O governo informou que ciclistas e pedestres serão isentos da cobrança, permitindo que a travessia seja mais ível para moradores e trabalhadores da região.
A concessionária também terá a possibilidade de arrecadar receita extra com a exploração de publicidade e outros serviços, além da tarifa de pedágio. O governo estima que, ao longo do contrato de 30 anos, a arrecadação total do pedágio será de R$ 3,16 bilhões.
Impactos e desapropriações
A construção do túnel exigirá a desapropriação de 776 famílias, sendo que a maior parte das remoções acontecerá no Guarujá, na região de Vicente de Carvalho. 645 moradias irregulares precisarão ser removidas para viabilizar as obras.
O governo do estado e a prefeitura já anunciaram que realizarão projetos de reurbanização e reassentamento, garantindo que as famílias removidas sejam realocadas de forma digna. Ainda não há detalhes sobre as alternativas habitacionais que serão oferecidas aos moradores afetados.