CEO da Uber anuncia que motoristas de aplicativo têm os dias contados. Segundo ele, veículos autônomos dominarão as ruas, tornando a profissão obsoleta. A revolução no transporte está mais próxima do que imaginamos, e a sociedade precisa se preparar para essa transformação inevitável.
A condução autônoma emerge como uma das inovações mais promissoras, prometendo transformar a maneira como nos deslocamos e redefinir o futuro do transporte urbano.
Empresas de tecnologia e mobilidade investem bilhões no desenvolvimento de veículos que dispensam a intervenção humana, visando um futuro onde a inteligência artificial assume o controle das ruas.
CEO da Uber prevê transição gradual para veículos autônomos
Durante o Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, Dara Khosrowshahi, CEO da Uber, compartilhou sua visão sobre o futuro dos motoristas de aplicativos.
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Ele afirmou que, nos próximos dez anos, espera-se uma coexistência entre motoristas humanos e veículos autônomos.
Contudo, em um horizonte de 15 a 20 anos, as máquinas poderão superar os humanos na condução, acumulando horas de treinamento real e eliminando distrações.
Atualmente, mais de um milhão de acidentes fatais ocorrem anualmente no trânsito global. Segundo Khosrowshahi:
“Nos próximos dez anos, acredito que teremos redes híbridas de motoristas humanos e máquinas. Mas se você pensar em 15 ou 20 anos, a máquina vai ser melhor condutora que o homem, pois terá horas de treinamento real e não se distrai.”
Impacto no mercado de trabalho
A substituição de motoristas por sistemas autônomos não ocorrerá de forma abrupta.
Khosrowshahi enfatiza que empresas e autoridades precisam discutir o impacto dessa transformação nas ocupações atuais.
Ele reconhece que não há respostas fáceis para o assunto e que é um problema real que a sociedade precisa enfrentar.
“Substituição de motoristas por máquinas vai ocorrer, embora não seja algo que vai acontecer amanhã.”
Uber amplia serviços para ajudar motoristas na transição
A Uber tem diversificado suas operações para auxiliar os motoristas durante essa transição.
A empresa iniciou com serviços de carona, expandiu para entregas, introduziu a função de comprador (shopper) e de rotulador de mapas, essencial para treinar a inteligência artificial.
Além disso, considera oferecer treinamentos para ajudar os condutores em eventuais mudanças de carreira ou atividades.
China e EUA avançam com robotáxis
Paralelamente, países como China e Estados Unidos avançam nos testes de “robotáxis” — veículos sem motorista destinados ao transporte de pessoas.
Na China, empresas como Baidu e Didi (proprietária da 99) já realizam experimentos. Nos EUA, a Waymo, pertencente à Alphabet (controladora do Google), conduz testes na Califórnia.
“Nos EUA, a Waymo, da Alphabet (empresa dona do Google), tem realizado experimentos na Califórnia.”
Segurança no trânsito e desafios da tecnologia
Estudos indicam que veículos autônomos podem oferecer maior segurança no trânsito.
Uma pesquisa da Universidade da Califórnia analisou 2.100 acidentes envolvendo carros autônomos e 35.000 com motoristas humanos.
Os resultados sugerem que veículos autônomos tendem a adotar precauções de segurança mais eficazes na maioria dos casos.
No entanto, eles são mais propensos a acidentes durante a noite ou ao amanhecer, o que ainda representa um desafio para a tecnologia.
O futuro do trabalho diante da automação
A transição para veículos autônomos também levanta preocupações sobre o futuro do trabalho.
De acordo com um modelo da Universidade de Oxford, mais da metade das ocupações atuais podem desaparecer nas próximas duas décadas devido ao avanço tecnológico.
No Brasil, pesquisadores estimam que 58,1% dos empregos formais e 62% dos informais estão em risco de extinção.
Ritmo da transformação divide especialistas
Especialistas divergem sobre o ritmo dessa transformação.
Enquanto Khosrowshahi acredita que os motoristas de aplicativo perderão espaço em uma década, outros argumentam que a adoção em massa de veículos autônomos enfrentará barreiras regulatórias, técnicas e culturais.
A Uber já se prepara para esse futuro, investindo em pesquisas e parcerias para desenvolver sua frota autônoma, visando reduzir custos e aumentar a eficiência.
Khosrowshahi destaca que a massificação da tecnologia começará com rotas mais simples e, gradualmente, se expandirá para outras áreas.
Transformação do transporte urbano
A revolução dos veículos autônomos promete transformar o transporte urbano, trazendo benefícios como maior segurança e eficiência.
No entanto, também apresenta desafios significativos, especialmente no que diz respeito ao impacto no mercado de trabalho e às barreiras para sua adoção em larga escala.
A sociedade precisa se preparar para essas mudanças, promovendo discussões e implementando políticas que garantam uma transição justa e equilibrada para todos os envolvidos.