Último carro com câmbio manual dos EUA está se despedindo das lojas: Nissan Versa, com câmbio manual de 5 marchas, sai do país devido às altas tarifas de importação.
O mercado automotivo dos Estados Unidos acaba de vivenciar uma mudança marcante com o fim da comercialização do Nissan Versa S, conhecido como o último carro com câmbio manual de 5 marchas disponível no país. Essa decisão não é fruto apenas das preferências dos consumidores, mas principalmente das recentes alterações nas tarifas de importação aplicadas pelo governo americano. A imposição de uma taxa de 25% sobre veículos importados do México tornou economicamente inviável para a Nissan continuar oferecendo essa versão do modelo.
Hoje iremos explicar, de forma detalhada, o impacto dessa decisão, o contexto das tarifas de importação, a tendência de declínio dos carros com câmbio manual no mercado norte-americano e as consequências para consumidores e montadoras. Além disso, discutiremos as perspectivas futuras para os veículos com câmbio manual nos Estados Unidos.
O impacto das tarifas de importação no mercado automotivo dos EUA
Em abril de 2025, o governo dos Estados Unidos implementou uma tarifa de 25% sobre veículos importados e peças automotivas provenientes do México. Essa medida inclui sedãs, SUVs, picapes, vans, além de componentes essenciais como motores e transmissões. O objetivo declarado pelo governo é fortalecer a produção nacional, incentivando a fabricação de veículos em solo americano para fomentar empregos e a economia local.
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No entanto, essa ação gerou um efeito direto sobre os custos para fabricantes que dependem da importação, como a Nissan, que produz o Versa S no México. O aumento nos custos obrigou a montadora a avaliar a viabilidade financeira da continuidade da versão manual do modelo.
A decisão da Nissan de descontinuar o carro com câmbio manual de 5 marchas reflete a estratégia de priorizar modelos com maior margem de lucro e maior demanda, sobretudo diante do cenário regulatório e econômico que pressiona as margens de lucro das montadoras. A tarifa elevou o preço final do veículo, tornando-o menos competitivo em relação a outras versões com câmbio automático e modelos produzidos nos EUA.
Declínio da popularidade do carro com câmbio manual nos EUA
A descontinuação do Nissan Versa S não é um evento isolado, mas parte de uma tendência de longa data. O carro com câmbio manual, que já foi um símbolo de controle total do motorista e maior interação com o veículo, vem perdendo espaço no mercado americano há décadas. Diversos fatores contribuíram para essa queda gradual.
Primeiramente, a preferência dos consumidores por transmissões automáticas se consolidou ao longo dos anos devido à praticidade e facilidade de uso, especialmente em grandes cidades com tráfego intenso. A condução automática reduz o esforço e o cansaço, tornando o veículo mais ível para um público amplo.
Além disso, a evolução tecnológica das transmissões automáticas, como as caixas de câmbio do tipo CVT (transmissão continuamente variável) e as automáticas de dupla embreagem, trouxeram eficiência e desempenho comparáveis, ou até superiores, aos câmbios manuais. Isso eliminou uma das vantagens tradicionais do câmbio manual: maior economia de combustível.
Modelos populares que abandonaram o câmbio manual de 5 marchas nos últimos anos incluem a Nissan Frontier (2020), o Volkswagen Golf Mk7 (2021) e o Mitsubishi Mirage (2023). Esse movimento reflete a percepção das montadoras de que o mercado norte-americano tem pouca demanda por carros com câmbio manual, o que é confirmado por dados de vendas e pesquisas de comportamento do consumidor.
Consequências para consumidores e para o mercado automotivo
A saída do último carro com câmbio manual de 5 marchas dos Estados Unidos marca uma mudança profunda no cenário automotivo do país. Para os consumidores que valorizam a experiência de dirigir com câmbio manual, seja pela sensação de controle ou pela conexão maior com o veículo, as opções ficaram drasticamente limitadas.
Com o fim do Nissan Versa S manual, o consumidor que deseja um carro com câmbio manual dos EUA precisa buscar modelos esportivos ou de nicho, geralmente com preços mais elevados e foco em desempenho. Isso restringe o o à experiência do câmbio manual para grande parte do público, que antes poderia optar por modelos mais íveis.
Além disso, as tarifas de importação trazem uma consequência indireta importante: o aumento dos preços dos veículos. Montadoras que dependem de importações do México enfrentam custos maiores, que podem ser reados ao consumidor final, reduzindo o poder de compra e a variedade de modelos disponíveis no mercado.
Algumas montadoras, como a Stellantis, têm buscado formas de minimizar os impactos dessas tarifas, oferecendo ajuda financeira e incentivos para seus fornecedores afetados, tentando assim preservar a cadeia produtiva e manter preços competitivos. Mesmo assim, a tendência é que o mercado se concentre em modelos mais lucrativos e tecnologicamente avançados, com transmissões automáticas predominantes.
O futuro do carro com câmbio manual dos EUA
Embora o cenário atual apresente o fim do último carro com câmbio manual de 5 marchas em produção em massa, o câmbio manual não desaparecerá totalmente do mercado norte-americano. Existem segmentos específicos, como o de carros esportivos, que ainda mantêm essa opção devido à preferência dos entusiastas.
Por exemplo, o Ford Mustang GT ainda oferece transmissão manual de 6 marchas, atraindo motoristas que valorizam o controle e a performance. No entanto, esses modelos representam uma parcela muito pequena do mercado e são voltados para consumidores com perfil específico e maior poder aquisitivo.
A longo prazo, a tendência é que o câmbio manual seja cada vez mais raro, concentrando-se em nichos esportivos e colecionadores. O mercado norte-americano deverá seguir investindo em transmissões automáticas, híbridas e elétricas, que trazem ganhos em eficiência, conforto e tecnologia.
O fim da venda do Nissan Versa S manual, o último carro com câmbio manual de 5 marchas disponível nos Estados Unidos, simboliza o encerramento de uma era na indústria automotiva do país. As novas tarifas de importação de 25% aplicadas a veículos produzidos no México foram o fator decisivo para essa mudança, acelerando a retirada do mercado dessa versão.
Essa decisão reflete não apenas mudanças econômicas e regulatórias, mas também uma transformação no comportamento dos consumidores, que optam cada vez mais pela praticidade dos carros com câmbio automático. Como resultado, as opções para quem deseja um carro com câmbio manual dos EUA estão cada vez mais limitadas, ficando restritas a modelos esportivos e de nicho.
O futuro aponta para um mercado automobilístico focado em tecnologias avançadas e maior eficiência, o que, provavelmente, afastará ainda mais a produção em larga escala de carros com câmbio manual. Para entusiastas e colecionadores, a experiência do câmbio manual ainda terá espaço, mas para o grande público, a era do carro com câmbio manual de 5 marchas nos Estados Unidos é oficialmente encerrada.