Iniciativa em Belém converte resíduos sólidos em eletricidade, reduz emissão de gases poluentes e gera créditos de carbono com impacto direto na economia e meio ambiente
Desde 2023, o aterro sanitário de Marituba, localizado na Região Metropolitana de Belém, ou a operar uma usina termoelétrica que transforma resíduos sólidos urbanos em energia elétrica limpa. A responsável pela operação é a empresa Guamá Tratamento de Resíduos, que implementou uma tecnologia de captação e aproveitamento do biogás gerado pela decomposição do lixo. Com essa solução, a unidade gera aproximadamente 740 megawatts-hora (MWh) por mês, o suficiente para abastecer em média 10 mil pessoas mensalmente. Além disso, a iniciativa reduz consideravelmente a emissão de gases de efeito estufa, como o metano, e permite a geração de créditos de carbono comercializáveis, o que contribui para um modelo de negócio sustentável e ambientalmente responsável.
Processo de conversão do lixo em eletricidade
Todos os meses, cerca de 40 mil toneladas de resíduos chegam ao aterro de Marituba. Durante a decomposição desse material, gases como o metano são liberados. Para reduzir o impacto ambiental, a Guamá implementou um sistema de dutos que capturam esses gases e os direcionam para unidades específicas de tratamento e geração de energia. Técnicos incineram parte do metano de forma controlada e o transformam em dióxido de carbono, um gás com impacto climático 21 vezes menor. Eles também utilizam outra parcela diretamente para alimentar geradores de energia elétrica. Sendo assim, processo garante uma produção energética significativa, com benefícios diretos à população local e ao meio ambiente.
Autossuficiência energética e economia circular
A planta gera energia não apenas para abastecer áreas externas. Uma parte significativa serve às necessidades internas do próprio aterro, como o funcionamento de sistemas de efluentes, aeradores e instalações istrativas. Isso promove uma autossuficiência energética que reduz custos operacionais e a dependência de fornecimento externo. A empresa vende o excedente da produção energética no mercado livre e, com isso, conquista uma nova fonte de receita. Com isso, a operação do aterro se torna não apenas ambientalmente sustentável, mas também financeiramente viável. Essa abordagem contribui diretamente para a diversificação e a descentralização da matriz energética da região.
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Aterro de Marituba e infraestrutura ideal para geração de biogás
É importante destacar que o sucesso desse tipo de projeto depende da infraestrutura adequada, como a encontrada no aterro sanitário de Marituba. Os lixões não controlam o meio ambiente e colocam a saúde pública em risco. Já os aterros utilizam impermeabilização, drenagem e captação de gases para tratar os resíduos corretamente. Graças a esses sistemas, é possível capturar e tratar o biogás gerado. O sistema impede que as empresas liberem gases diretamente na atmosfera. Além disso, ele permite que elas gerem créditos de carbono certificados pela redução de emissões. As empresas podem vender esses créditos no mercado, o que garante incentivo financeiro para manter práticas sustentáveis e ambientalmente corretas.
Modelo da usina termoelétrica de Marituba serve como referência sustentável
A experiência implementada pela Guamá em Marituba representa um avanço concreto na gestão sustentável de resíduos sólidos no Brasil. Combinando tecnologia, redução de emissões, geração de energia e viabilidade econômica, o projeto serve como referência para outras regiões do país que enfrentam desafios semelhantes. Transformar lixo em energia, além de reduzir danos ambientais, promove desenvolvimento sustentável, cria oportunidades econômicas e reforça o compromisso com práticas responsáveis. Por isso, modelos como esse ganham destaque. Afinal, funcionam como alternativas eficientes e práticas para enfrentar, com eficácia, os desafios ambientais das cidades em expansão contínua.