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Venda direta de etanol das usinas é defendida por parlamentares que prometem estimular a concorrência e frear o aumento no preço da gasolina nos postos de combustíveis

Escrito por Flavia Marinho
Publicado em 22/09/2021 às 10:33
Atualizado em 19/08/2022 às 05:06
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Fila em posto de combustível BRl / Imagem Google

Venda de etanol por usineiros diretamente aos postos de combustíveis pode se tornar a ´solução` para conter e frear o aumento do preço da gasolina

A Medida Provisória 1063/21, aprovada em agosto pelo Governo, sofreu audiência pública da Comissão de Minas e Energia, ontem (21/09), que contou com o apoio dos deputados. A MP 1063/21, autorizaos as usinas de etanol venderem o combustível diretamente para os postos, sem ar pelas distribuidoras, como era anteriormente.

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Editada em agosto, a medida provisória também permite que os postos “bandeirados” (ligados a uma distribuidora) possam vender produtos de outros fornecedores, desde que devidamente informado ao consumidor. Atualmente, a tributação do etanol é feita em duas etapas: parte na produção, outra na distribuição.

A MP 1063/21 recebeu 73 emendas e aguarda análise da Câmara dos Deputados e do Senado.

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Venda direta vai diminuir o valor e manterá qualidade do biocombustível gerando benefícios para o consumidor

Para o diretor executivo da Associação Brasileira de Revendedores de Combustíveis Independentes e Livres (Abrilivre), Rodrigo Zingales, a medida provisória vai contribuir para a redução do preço dos combustíveis no Brasil.

“Com maior liberdade e competitividade, o preço de compra e venda tenderá a baixar”, disse. Zingales afirmou ainda que as três grandes distribuidoras – Vibra (novo nome da BR Distribuidora), Ipiranga e Shell – não aprovam as mudanças, pois seu poder de impor preço será limitado.

Além disso, Feplana projeta queda no preço e diz que não haverá perda na qualidade. Segundo Alexande Andrade Lima, presidente da Federação dos Plantadores de Cana do Brasil (Feplana) , o preço do biocombustível deve ser mais baixo especialmente nas usinas que estão nos grandes centros

De acordo com Lima, “A expectativa é que venha baixar o preço do etanol, principalmente nas unidades industriais que estão próximas aos grandes centros consumidores”. Ele afirma ainda que garante a qualidade do biocombustível que vai sair da usina direto para os postos.

“O setor é bem fiscalizado pela ANP. Não há chance de perder qualidade nas bombas dos postos, pois haverá a informação da usina que disponibilizou o produto e isso vai garantir a qualidade. O setor é muito responsável quando se trata da procedência do produto”, pontua.

O presidente da Feplana participou da cerimônia de da MP da venda direta de etanol. Ele diz que não teve o ao conteúdo da medida, mas acredita que ela está de acordo com o que o setor produtivo espera.

“Não haverá perda de PIS/Confins e nem na arrecadação de impostos federais. É importante lembrar que o produtor não será obrigado a efetuar a venda direta, e as distribuidoras seguirão operando normalmente. No entanto, vejo uma margem melhor para quem faz a venda direta, pois quando você tira um ente dessa cadeia, acaba reduzindo o custo”, finaliza.

Venda direta das usinas vai estimular competitividade com a gasolina

Ainda não é possível saber exatamente o quanto a venda direta de etanol geraria de impacto no preço do biocombustível no Brasil, já que há muita dependência da logística industrial em cada estado. Porém, um estudo da Esalq-Log, em 2019, mostrou que o custo médio do transporte de etanol no estado de São Paulo cairia cerca de 30% com a venda direta.

Há estimativas também de que a concentração das margens de produção e distribuição no produtor e aumento da concorrência entre usineiros e distribuidoras na oferta do combustível no mercado possa reduzir em até 20 centavos por litro os preços do etanol hidratado para o consumidor final.

“O grande ganho é a valorização do combustível renovável. Ele vai ter mais competitividade frente ao combustível fóssil, a gasolina, e vai ser mais apetitoso para que o consumidor abasteça”, pontua Sévero.

Etanol brasileiro atraiu a atenção da Volkswagen, que aspira transformar o Brasil em um centro de desenvolvimento de carros com motor de combustão interna

Etanol brasileiro é alternativa mais barata e viável em comparação ao carro elétrico e ganha destaque internacional e da multinacional Volkswagen para redução de emissão de gases de efeito estufa. Seguindo os os da japonesa Toyota, a Volkswagen afirma que adotará o etanol como o melhor caminho para a eletrificação do mercado de veículos nacional e considera produzir veículos com motor híbrido flex.

O interesse pelo nosso combustível atraiu a atenção, por exemplo, da Volkswagen, que aspira transformar o Brasil em um centro de desenvolvimento de carros com motor de combustão interna. A montadora acredita que o carro elétrico, no Brasil, não teria a mesma adesão e consumo como na Europa. Porque, além de caro, produzimos etanol, considerado um biocombustível que pode atender muito bem ao objetivo de diminuir a emissão de poluentes e CO2”, comenta Romio.

Segundo cálculos da União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Única), considerando o ciclo completo, que inclui plantio e colheita da cana, processamento, transporte e distribuição, além do uso nos carros, um veículo alimentado exclusivamente com a gasolina brasileira (com 27% de álcool anidro) emite 131 g de CO2 por quilômetro, ante apenas 37 g de CO2/km, se abastecido integralmente com o etanol de cana, valor menor que o de um modelo a bateria na Europa, que, alimentado pela matriz energética atual da região, emite 54 g de CO2/km.

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Flavia Marinho

Flavia Marinho é Engenheira pós-graduada, com vasta experiência na indústria de construção naval onshore e offshore. Nos últimos anos, tem se dedicado a escrever artigos para sites de notícias nas áreas militar, segurança, indústria, petróleo e gás, energia, construção naval, geopolítica, empregos e cursos. Entre em contato com [email protected] para sugestão de pauta, divulgação de vagas de emprego ou proposta de publicidade em nosso portal. Não enviar currículo.

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