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Volkswagen: como surgiu o nome e qual é a verdadeira ligação da marca com Adolf Hitler nos anos 1930

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 19/05/2025 às 12:18
Atualizado em 20/05/2025 às 16:55

A origem da Volkswagen está profundamente ligada a um projeto político e ideológico dos anos 1930, revelando conexões surpreendentes com o regime nazista e detalhes pouco conhecidos sobre o impacto histórico e social dessa relação obscura.

O nascimento do “carro do povo”, idealizado pelo ditador nazista, ainda gera debates sobre o ado da montadora alemã.

A Volkswagen, hoje uma das maiores fabricantes de automóveis do mundo, tem uma história que poucos consumidores conhecem em detalhes — e que remonta diretamente ao período mais sombrio da Alemanha: o regime nazista de Adolf Hitler.

Por trás do nome “Volkswagen”, que significa literalmente “carro do povo”, há uma origem política e ideológica diretamente associada ao projeto totalitário de Hitler.

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A criação da marca foi motivada por um sonho antigo de Hitler: oferecer um automóvel ível para as famílias alemãs.

Na época, a maior parte da população não tinha condições de adquirir um carro.

O transporte era um privilégio das elites.

O plano de Hitler era claro: garantir que o cidadão médio do Reich pudesse ter um veículo próprio — algo que reforçaria o orgulho nacional e consolidaria o ideal nazista de progresso e unidade.

Volkswagen nasceu do projeto de Hitler para um “carro do povo” e teve ligações diretas com o nazismo, trabalho forçado e um ado oculto.

A proposta: um “carro do povo” com preço de motocicleta

Em 1933, poucos meses após assumir o poder, Hitler começou a traçar os primeiros os do que viria a ser o projeto da Volkswagen.

Em 1934, ele encomendou oficialmente ao engenheiro Ferdinand Porsche — sim, o mesmo que fundaria a famosa marca Porsche — o desenvolvimento de um automóvel popular, barato, eficiente e durável.

A meta era ousada: criar um carro que custasse menos de mil marcos alemães (o equivalente ao preço de uma motocicleta da época).

O resultado do projeto foi o famoso “KdF-Wagen” (Kraft durch Freude-Wagen, ou “Carro da Força pela Alegria”), nome inspirado em um programa de propaganda nazista que promovia lazer e cultura entre os trabalhadores.

Esse veículo, que só mais tarde ficaria conhecido como “Fusca”, tinha formas arredondadas, motor traseiro e foi idealizado como símbolo da engenharia nacional.

A fábrica construída com trabalho forçado

Para produzir o KdF-Wagen em larga escala, foi fundada em 1937 a Gesellschaft zur Vorbereitung des Deutschen Volkswagens mbH, que depois mudaria o nome para Volkswagenwerk GmbH.

A planta industrial foi erguida na recém-criada cidade de Stadt des KdF-Wagens (hoje chamada de Wolfsburg).

A construção da fábrica e da cidade foi financiada em parte por contribuições dos próprios trabalhadores alemães, por meio de um sistema de cupons, que prometia o direito ao carro após o pagamento completo.

No entanto, nenhum trabalhador civil recebeu seu carro.

A Segunda Guerra Mundial estourou antes da produção em massa começar, e a fábrica ou a ser usada para fins militares — incluindo a fabricação de veículos utilitários para o exército nazista, como o Kübelwagen e o Schwimmwagen.

Mais tarde, descobriu-se que a fábrica da Volkswagen utilizou trabalho forçado de prisioneiros durante a guerra, incluindo judeus, prisioneiros de guerra e trabalhadores escravizados de países ocupados.

Esse capítulo sombrio é amplamente reconhecido hoje, e a empresa já fez declarações públicas reconhecendo sua responsabilidade histórica.

Volkswagen nasceu do projeto de Hitler para um “carro do povo” e teve ligações diretas com o nazismo, trabalho forçado e um ado oculto.

O renascimento no pós-guerra — e o nascimento do “Fusca”

Com o fim da guerra em 1945, a fábrica da Volkswagen foi tomada pelas forças britânicas.

Em vez de destruí-la, como se pensou inicialmente, os aliados decidiram reativar a produção do modelo desenvolvido por Porsche.

Assim, o antigo “KdF-Wagen” ganhou um novo nome e identidade: Volkswagen Beetle — conhecido no Brasil como Fusca.

O Fusca se tornaria o carro mais vendido do mundo em sua época, superando até o Ford Modelo T, com mais de 21 milhões de unidades produzidas.

O nome “Volkswagen” (carro do povo) foi mantido, e a empresa foi progressivamente se distanciando de sua origem nazista, até se transformar em uma potência global da indústria automobilística.

Reconhecimento do ado e indenizações

A partir dos anos 1990, a Volkswagen ou a reconhecer oficialmente sua ligação com o regime nazista e os crimes cometidos durante a guerra.

A empresa apoiou estudos independentes, como o publicado pelo historiador Hans Mommsen, que detalhou o uso de trabalho escravo em suas fábricas.

Além disso, contribuiu com fundos para compensação de vítimas.

Em 1998, a Volkswagen anunciou sua participação em um fundo de indenização para ex-trabalhadores forçados, promovido pelo governo alemão.

O valor total foi de cerca de US$ 5 bilhões, pagos por várias empresas envolvidas.

Embora o nome Volkswagen seja hoje associado à inovação, sustentabilidade e veículos modernos, sua origem está entrelaçada com a propaganda, exploração e violência de um regime totalitário.

Volkswagen nasceu do projeto de Hitler para um “carro do povo” e teve ligações diretas com o nazismo, trabalho forçado e um ado oculto.

Curiosidades pouco conhecidas

Ferdinand Porsche era simpatizante do nazismo, e aceitou a tarefa dada por Hitler sem resistência.

Ele chegou a receber condecorações do regime.

O “carro do povo” chegou a ser usado como símbolo da propaganda nazista em feiras e exposições.

O nome da cidade de Wolfsburg só foi adotado oficialmente em 1945, após o fim da guerra, para se desvincular da imagem do nazismo.

Hoje, a Volkswagen tenta construir um futuro elétrico e sustentável — mas será que o ado sombrio da empresa deveria ser mais lembrado?

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Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa, agens por canais de TV aberta e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Registro profissional: 0087134/SP. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: [email protected]. Não aceitamos currículos!

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