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Volkswagen reinventa sua estratégia ao incorporar motor a gasolina em elétricos, buscando sucesso no competitivo mercado chinês

Escrito por Roberta Souza
Publicado em 03/05/2025 às 15:00
volkswagen - veículos elétricos - china - motor a gasolina
foto/reprodução: depositphotos.com / kristt

Com foco em reduzir emissões e atrair consumidores, a montadora aposta em veículos híbridos com autonomia estendida como solução viável

A Volkswagen está reavaliando sua abordagem em relação aos veículos elétricos, percebendo a eficácia de incorporar um motor a gasolina em seus modelos elétricos. Essa estratégia foi destacada durante a participação da empresa no Salão do Automóvel de Xangai de 2025.

Martin Sander, membro do conselho de vendas e marketing da Volkswagen, confirmou que os motores de combustão interna continuarão a fazer parte da gama de veículos elétricos com autonomia estendida do grupo, desafiando a visão anterior de eliminação total dos motores a combustão.

A nova perspectiva da Volkswagen sobre motores a combustão

Em 2021, Klaus Zellmer, então diretor de vendas e marketing da Volkswagen, havia afirmado que a empresa eliminaria os veículos com motor a combustão interna na Europa entre 2033 e 2035.

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No entanto, a recente declaração de Sander sugere que a Volkswagen está investindo em sistemas híbridos de autonomia estendida como um o intermediário para alcançar a transição completa para veículos elétricos.

Essa mudança de estratégia é influenciada não apenas pela pressão regulatória, mas também pela crescente demanda do consumidor por alternativas que combinem eficiência e praticidade.

De acordo com Sander, a Volkswagen planeja desenvolver extensores de autonomia que oferecem entre 250 a 300 km de autonomia elétrica.

O motor a gasolina atuará como um gerador, carregando a bateria e permitindo que o veículo continue a funcionar mesmo quando a carga elétrica estiver baixa.

Essa abordagem pode ajudar a mitigar a resistência dos consumidores em relação aos carros totalmente elétricos, especialmente em um mercado tão competitivo quanto o da China.

Benefícios dos veículos elétricos com motor a gasolina

Um veículo elétrico com extensor de autonomia (EREV) é, na prática, um tipo de carro híbrido em série.

Isso significa que ele é movido exclusivamente por motores elétricos, cuja energia pode ser gerada pela bateria ou pelo motor a combustão que funciona como gerador.

Esse modelo é vantajoso para os fabricantes, pois um motor elétrico é significativamente mais eficiente, convertendo 85% da energia em movimento, enquanto um motor a gasolina converte menos de 40%.

A relevância desse conceito se torna ainda mais evidente quando se considera o contexto atual do mercado automotivo. Os veículos híbridos plug-in (PHEV) convencionais, que são populares na Europa, muitas vezes têm um desempenho inferior em termos de eficiência quando a energia da bateria se esgota.

Isso ocorre porque dependem do motor a gasolina para mover o carro, adicionando peso extra e comprometendo a performance.

O cenário atual do mercado de veículos elétricos na China

O mercado chinês tem experimentado uma queda no preço médio dos PHEV, tornando-os competitivos em relação aos modelos a gasolina e elétricos.

Segundo dados da Bloomberg NEF, a participação de mercado dos PHEV na China atingiu 41% em 2024, enquanto os elétricos de autonomia estendida, ou EREV, alcançaram uma participação de 8% em março deste ano.

Esses veículos também recebem os mesmos incentivos estatais que os elétricos puros, mostrando a importância desse segmento no crescimento do mercado.

Com a crescente adesão aos PHEV e EREV na China, a Volkswagen percebe a necessidade de adaptar sua estratégia para manter a competitividade.

O incentivo governamental à adoção de veículos de baixa emissão e a crescente conscientização ambiental entre os consumidores chineses tornam o país um campo fértil para os novos modelos híbridos da montadora.

Além disso, a regulamentação mais rígida que entrará em vigor na Europa em 2026, que visa aumentar a transparência sobre o consumo de combustível, representa um desafio adicional para a Volkswagen.

As novas regras exigirão que os fabricantes demonstrem emissões reais mais precisas, pressionando as montadoras a se afastarem de soluções ineficientes, como os PHEV, que frequentemente não conseguem atender às exigências de eficiência.

Mobilidade sustentável e tecnologia inovadora

A introdução dos extensores de autonomia pela Volkswagen não só visa reduzir as médias de emissões, mas também aprimorar a experiência do usuário.

A autonomia elétrica superior a 100 km oferece aos motoristas a confiança necessária para realizar deslocamentos diários sem a preocupação constante de recarregar a bateria, enquanto o motor a gasolina fornece a flexibilidade necessária para viagens mais longas.

A Volkswagen também está investindo em inovação tecnológica para tornar seus veículos elétricos mais íveis. Com um menor custo de bateria e a possibilidade de recarga rápida, a montadora busca atender a um público mais amplo, que busca alternativas práticas e econômicas.

Os novos modelos com motor a gasolina podem ser um atrativo para os clientes que desejam uma opção mais ível e que não comprometa a eficiência.

Além disso, a Volkswagen está explorando parcerias estratégicas com empresas de tecnologia para desenvolver soluções de carregamento mais eficientes e redes de mobilidade que integrem veículos elétricos e híbridos em um ecossistema de transporte sustentável.

Ao adotar uma abordagem holística, a Volkswagen pode liderar a transição para a mobilidade elétrica, não apenas na China, mas globalmente.

O futuro da Volkswagen e a evolução dos veículos elétricos

A Volkswagen se tornou uma líder em vendas de veículos elétricos na Europa, mas ainda enfrenta desafios em relação às vendas e à redução de suas médias de emissões.

A introdução dos extensores de autonomia pode ser uma solução viável para a montadora, permitindo que ela mantenha sua posição no mercado enquanto atende às demandas regulatórias.

Dessa forma, a Volkswagen busca transformar a resistência dos consumidores em uma oportunidade, oferecendo uma alternativa ível e eficiente aos carros elétricos puros.

Com um menor custo de bateria e autonomia elétrica superior a 100 km, os novos modelos com motor a gasolina podem ser um atrativo para os clientes, que buscam uma opção mais econômica e prática.

Com a estratégia inovadora de incorporar motores a combustão em seus veículos elétricos, a Volkswagen pode não apenas melhorar suas vendas na China, mas também contribuir para um futuro mais sustentável no setor automotivo.

Essa combinação de tecnologia elétrica com a confiabilidade de um motor a gasolina pode ser a chave para conquistar consumidores hesitantes e promover uma transição mais suave para um mercado automotivo predominantemente elétrico.

FONTE: TERRA

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Roberta Souza

Engenheira de Petróleo, pós-graduada em Comissionamento de Unidades Industriais, especialista em Corrosão Industrial. Entre em contato para sugestão de pauta, divulgação de vagas de emprego ou proposta de publicidade em nosso portal. Não recebemos currículos

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