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Conheça o Zhuque-2, foguete movido a metano da China que promete ser mais sustentável, barato e eficiente. Veículo levou seis satélites à órbita recentemente.
A startup chinesa Landspace levou seis satélites à órbita da Terra no último sábado (17) no quinto lançamento com seu foguete Zhuque-2E Y2, que utiliza metano. A missão aconteceu em uma área reservada do Centro Jiuquan de Lançamentos de Satélites, no nordeste do país. Hoje vamos conhecer o foguete movido a metano e sua importância para o mercado aeroespacial.
Zhuque-2 pode carregar até 4 toneladas de carga útil
O foguete movido a metano levou ao espaço seis satélites. Os novos dispositivos serão responsáveis por capturar imagens de radar de abertura sintética na banda C, sensoriamento remoto óptico e experimentos científicos. Os demais eram satélites da constelação Tiansuan, equipados com motores de íons de argônio, além de um satélite com detector de raios gama e X.
O Zhuque-2 é um veículo capaz de levar até 4 toneladas de cargas úteis a órbitas heliossíncronas de 500 km. Ele é alimentado por metano, composto considerado menos poluente, mais barato e mais seguro que os tradicionais combustíveis de hidrocarbonetos. Além disso, o metano pode ser utilizado como propelente dos foguetes reutilizáveis.
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A missão marcou também a primeira vez na qual a empresa chinesa utilizou um método de propulsão em que o oxigênio líquido e metano são resfriados a temperaturas abaixo do ponto de ebulição. A empresa realizou o procedimento para que o foguete consiga um maior empuxo.
Atualmente, a empresa vem trabalhando em um novo foguete, que promete ser um lançador de satélites ainda maior e com dois estágios. O futuro veículo terá a capacidade de cargas úteis à órbita baixa da Terra de até 21 toneladas em sua configuração descartável, e pode ar por testes de ignição estática em junho.
Além de entregar um ótimo desempenho, o Zhuque-2 também gerou um fenômeno inusitado, visto que deixou um longo rastro claro no céu, surpreendendo os fotógrafos que registravam uma aurora boreal. Segundo o fotógrafo Tyler Schlitt, descobrir que o evento está ligado ao lançamento de um foguete chinês é incrível.
Primeiro voo do foguete movido a metano foi realizado em 2023
É importante mencionar que a China continua reduzindo a distância que a separa dos EUA no setor espacial. Apesar do programa espacial do país possuir origens quase iguais às de seu rival americano, seus marcos mais importantes vieram com grandes atrasos. Sem ir mais longe, o CMSA enviou seu primeiro astronauta ao espaço 42 anos depois que a NASA conseguiu o mesmo feito.
Nos últimos anos, contudo, o cenário mudou. Em 2023, a China conseguiu um avanço significativo ao concluir com sucesso a missão do Zhuque 2 Y2. Na época, o foguete movido a metano decolou do Centro de Lançamento de Satélites de Jiuquan, funcionando com metalox (metano e oxigênio líquido) e, depois de voar para longe da plataforma de lançamento, atingiu a órbita com segurança e colocou uma carga útil de teste na Órbita Síncrona Solar (SSO).
Contudo, essa não foi a primeira tentativa da empresa chinesa de testar o foguete. Em 2022, a LandSpace lançou um foguete Zhuque-2, mas uma falha em um dos motores do segundo estágio frustrou o teste. Agora, depois de implementar uma série de melhorias, os chineses atingiram um marco muito importante.
China finaliza testes com novo motor de metano
A China concluiu neste mês, testes completos de motor movido a oxigênio-metano líquido de 140 toneladas para foguetes reutilizáveis, segundo o fabricante do motor. Desenvolvido pela Academia de Tecnologia de Propulsão Aeroespacial da China Aerospace Science and Technology Corporation, este propulsor de foguete possui o maior impulso entre os motores atuais de ciclo aberto que utilizam oxigênio líquido e metano no país.
Vale mencionar que o modelo foi projetado para servir como uma fonte de energia fundamental para foguetes reutilizáveis e desempenhará um papel fundamental nos futuros sistemas de transporte espaço-Terra, veículos de lançamento reutilizáveis e desenvolvimento, observando que ele foi concluído em apenas sete meses.
O setor espacial comercial foi listado no relatório de trabalho do governo chinês de 2024 como um novo motor de crescimento econômico. A academia afirma que mais esforços serão dedicados ao desenvolvimento de motores mais pesados, visando, especificamente motores reutilizáveis de oxigênio-metano líquido de 200 toneladas.
